Foi a primeira narrativa de fôlego escrita pelo autor, a criação se deu no final de sua adolescência. Inspirado nas primeiras leituras de que participou no seio de sua família, principalmente envolvendo a literatura de cordel, a obra tem dois temas centrais: a conversão do homem rico, poderoso; e o castigo para o indivíduo explorador de seus semelhantes.
Tudo isso sem se descuidar de uma mensagem política cujo fim precípuo é despertar o homem moderno para uma grande verdade: nenhum sistema de governo, por si só, é bom ou ruim, tudo depende tão somente das intenções humanas. Há uma imensa vontade de afirmar que a ideia de Parlamentarismo e Presidencialismo tem suas raízes fincadas em tempos imemoráveis, tudo já se encontrando corrompido e eivado pelas maldades ao longo da saga humana.
Outra questão a ser entendida no livro é a ideia de que nem sempre o bem vence o mal. Em razão desse antagonismo conceitual, a vida na Terra parece, muitas vezes, ilógica e injusta, conquanto observada sob o prisma humano. É que nossa existência sempre produziu poderosos e miseráveis, que, indiferentes aos conceitos já arraigados em nossa gênese, não raro, nascem, vivem por seu tempo e morrem, ainda poderosos ou miseráveis.